"ALINHA" consiste num exercício de exploração e expressão corporal, em coletivo, numa busca exaustiva e aparentemente impossível de tornar um corpo num objeto universal.
O corpo é um contentor de informação. Mas se um corpo é incapaz de existir em si mesmo, o que acontece quando se depara com outros? A informação dilui-se ou fortalece-se? Surge, então, uma composição de três corpos com identidades censuradas, com uma necessidade de conexão e movimento em comum.
A ideia de corpo converge com a ideia de identidade, estejam elas conectadas numa só presença ou separadas pela ausência ou censura de uma das partes. Uma vez que um corpo é um contentor de matéria, conhecimento e energia, mas não uma representação transparente de todo o seu conteúdo, esta performance visa esvaziar os corpos e priorizar a sua forma como matéria artística a explorar.
O corpo torna-se um objeto escultórico e expositivo, uma mera forma sem identidade que se movimenta consoante ordens predefinidas, que se moldam à noção de tempo e espaço - sendo esta fiel à realidade ou à perceção de cada indivíduo. A constante mudança e libertação do corpo mostrada cria, a certo ponto, uma noção de composição em que os elementos deixam de ser heterogéneos para serem uma mancha, "um só".
Apesar dessas variáveis, um corpo nunca deixa de ser metamórfico e sofrer alterações, sejam elas estéticas ou sensíveis. O plural de corpos em movimento e exposição chega, como consequência da ação, à exaustão e a limites de alcance que o impedem de prosseguir.